segunda-feira, 28 de julho de 2008

Para que a memória não seja curta...

Além de todas as incoerências que este Blog vem informando referente ao projeto da linha Lilás como um todo, um dos problemas que mais nos preocupa é o fato de não existir até o momento, uma análise séria e detalhada do solo e dos riscos que teríamos com as explosões e posterior passagem dos trens do Metrô no local escolhido para instalação da estação e terminal de ônibus Campo Belo.

Estamos a 1,5 km da margem do Rio Pinheiros, entre aqüíferos (Rochas porosas e permeáveis, capazes de reter água e de a ceder) e lençóis freáticos (água subterrânea que preenche todos os espaços porosos e permeáveis das rochas ou dos solos ou ainda de ambos ao mesmo tempo) o que faz com que o solo dessa região seja muito parecido (se não idêntico) com o local da tragédia da Linha Amarela.

Temos nas proximidades diversos córregos, como ainda o existente na Av. Roberto Marinho (não é por acaso que o nome anterior era Águas Espraiadas) ou os canalizados da Av. dos Bandeirantes e Av. Roque Petrônio Junior, que tem como caminho natural a direção ao Rio Pinheiros.

No entanto, tudo isso parece imperceptível na concepção do projeto da Linha Lilás. Muito provável que esses riscos seriam minimizados (que sabe até extintos) se a linha seguisse o percurso natural pela Av. Vereador José Diniz, porém a alteração e criação dessa “alça” pela Av. Santo Amaro, aumenta (e muito!!!) esses riscos.

É obvio que essa preocupação e a análise séria, assim como a divulgação desses resultados deveria partir do Metrô e ser ponto obrigatório no edital do projeto, mas parece que essa obrigação foi revertida para a população, que terá que provar se o que está demonstrado aqui é verdade.

Reveja o vídeo com a tragédia da Linha Amarela e veja o empurra-empurra de responsabilidade sobre o acidente, onde chega-se a culpar o solo arenoso da região, que causaria vazios subterrâneos difíceis de serem previstos.