quarta-feira, 30 de julho de 2008

Audiência Pública - 06 de Agosto

Segue informação do Diretor Executivo do Movimento Defenda São Paulo, Sr. Heitor Tommasini, ref. agendamento de audiência pública, marcada para o dia 06/Agosto/2008:

"A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) vai realizar Audiência Pública sobre o Plano de Trabalho para elaboração do Termo de Referência do EIA-RIMA do empreendimento "Linha 5 Lilás, Trecho Adolpho Pinheiro - Chácara Klabin", de responsabilidade do Metrô.

A Audiência Pública ocorrerá no dia 06 de agosto de 2008, às 17 horas no Teatro São Caetano, localizado na Rua Borges Lagoa, 650 - Vila Clementino, em São Paulo.

É a primeira vez que a Companhia do Metropolitano de São Paulo apresenta o Plano de Trabalho previamente à elaboração do EIA-RIMA. Essa foi uma demanda apresentada pelos Conselheiros Ambientalistas no CONSEMA e acatada pelo Departamento de Análise de Impacto Ambiental (DAIA), da SEMA.

É fundamental a participação das entidades da sociedade civil na audiência, para subsidiar o DAIA das preocupações das entidades e dos cidadãos dos impactos do referido empreendimento.

O Metrô é um meio de transporte absolutamente necessário, não há dúvidas sobre isso, mas essa é uma rara oportunidade das entidades apresentarem suas preocupações sobre os impactos de vizinhança no entorno das estações, por exemplo.

O Plano de Trabalho está disponível para consulta na Biblioteca do Metropolitano de São Paulo - Rua Augusta, 1626, de segunda a sexta, das 9h00 às 16h00
."

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Para que a memória não seja curta...

Além de todas as incoerências que este Blog vem informando referente ao projeto da linha Lilás como um todo, um dos problemas que mais nos preocupa é o fato de não existir até o momento, uma análise séria e detalhada do solo e dos riscos que teríamos com as explosões e posterior passagem dos trens do Metrô no local escolhido para instalação da estação e terminal de ônibus Campo Belo.

Estamos a 1,5 km da margem do Rio Pinheiros, entre aqüíferos (Rochas porosas e permeáveis, capazes de reter água e de a ceder) e lençóis freáticos (água subterrânea que preenche todos os espaços porosos e permeáveis das rochas ou dos solos ou ainda de ambos ao mesmo tempo) o que faz com que o solo dessa região seja muito parecido (se não idêntico) com o local da tragédia da Linha Amarela.

Temos nas proximidades diversos córregos, como ainda o existente na Av. Roberto Marinho (não é por acaso que o nome anterior era Águas Espraiadas) ou os canalizados da Av. dos Bandeirantes e Av. Roque Petrônio Junior, que tem como caminho natural a direção ao Rio Pinheiros.

No entanto, tudo isso parece imperceptível na concepção do projeto da Linha Lilás. Muito provável que esses riscos seriam minimizados (que sabe até extintos) se a linha seguisse o percurso natural pela Av. Vereador José Diniz, porém a alteração e criação dessa “alça” pela Av. Santo Amaro, aumenta (e muito!!!) esses riscos.

É obvio que essa preocupação e a análise séria, assim como a divulgação desses resultados deveria partir do Metrô e ser ponto obrigatório no edital do projeto, mas parece que essa obrigação foi revertida para a população, que terá que provar se o que está demonstrado aqui é verdade.

Reveja o vídeo com a tragédia da Linha Amarela e veja o empurra-empurra de responsabilidade sobre o acidente, onde chega-se a culpar o solo arenoso da região, que causaria vazios subterrâneos difíceis de serem previstos.




quinta-feira, 24 de julho de 2008

DESGASTES E PROBLEMAS EM TRECHO CURVO


Ao analisar as linhas do Metrô, em São Paulo e outras cidades importantes do Mundo, verificamos que com poucas excessões, as linhas sempre seguem um traçado reto e isso não é por acaso.

Para a linha Lilás, além dos problemas e incoerências que este Blog vem informando, verificamos que o traçado que poderia seguir em linha reta pela Av. Vereador José Diniz (e o que era de conhecimento durante anos) foi mudado sem qualquer explicação, criando uma "alça" pela Av. Santo Amaro, para depois voltar novamente para a Av. Ibirapuera que é continuação natural da Av. Vereador José Diniz.

Essa mudança de traçado cria trechos em curva, o que tecnicamente não é aconselhável.

A curva acentuada prevista no projeto, a exemplo da que existe na linha norte-sul, entre as estações Armênia e Tietê, imposta para transferir a linha da Av. Tiradentes para a Av. Cruzeiro do Sul, acarreta atrito excessivo dos flanges das rodas contra os trilhos, com as seguintes consequências:

1. Alto nível de ruído

2. Desgaste elevado de rodas e trilhos, exigindo frequente reposição dessas peças

3. Abreviação da vida útil dos mancais de rolamento - peças de custo elevado

4. Geração "gratuita" de calor, com perda de eficiência energética e aquecimento ambiental, contrariando o que divulga o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC em Inglês)

5. Solicitação anormal das articulações entre vagões, ainda mais em se tratando de trecho de aceleração - logo após uma parada.


Como resultado final, a existência do trecho curvo aumentará consideravelmente o custo operacional do serviço, além de introduzir danos irreparáveis ao meio ambiente. Desta forma, com a retificação do trecho ou o aumento considerável do raio da curva, que seria conseguido com o traçado alternativo pela Av. Vereador José Diniz, seriam reduzidos drasticamente esses impactos.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Um importante passo

No dia 04/Julho passado, entramos com o pedido junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo, e no dia 10 foi encaminhado para a Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital. Um passo importante pois aqui relatamos a falta de análise dos impactos ambientais e de riscos na concepção desse projeto, além de apresentar soluções e alternativas viáveis de alteração do local da estação/terminal.

Conscientização de dois bairros


Na semana de 18/Julho, foram distribuídos para 170 condomínios de Campo Belo e Brooklin, localizados em um raio de 600 metros da nova estação e terminal de ônibus, um comunicado com o principal objetivo de informar que, primeiro não somos contra o Metrô, mas sim, que seja analisada a transferência dessa estação para outros locais com condições seguras e técnicas, além de conscientizar cada morador dos impactos causados por um terminal de ônibus e trem de superfície em ruas como a Jesuíno Maciel e Vieira de Moraes.

Esse comunicado foi direcionado para o síndico de cada edifício e contem também um CD, onde estão gravados a integra do edital da linha Lilás do Metrô, e um modelo em Power-point, permitindo que o material e projeto sejam demonstrados para os demais condôminos.

Portanto, se você é morador de um dos condomínios situado entre as Avenidas Vereador José Diniz e Califórnia, e Ruas Edson e Kansas, pergunte ao seu síndico sobre o recebimento desse material e tire suas dúvidas.

Acima segue o conteúdo da comunicado que acompanha o CD.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Estação Campo Belo e suas integrações

Segue resposta do Sr. Marcos Kassab - Diretor de Planejamento e Expansão dos Transportes Metropolitanos - em 08/Julho/08. Se a instalação ocorrer no local projetado, a ligação através de trem de superfície com o Aeroporto provavelmente ocorrerá pelas ruas Vieira de Moraes ou Jesuino Maciel, que já possuem transito intenso e passarão também a dividir espaço com trem. Com isso Campo Belo ganha um Terminal de ônibus e todo fluxo para o Aeroporto. Mais uma razão de haver estudos sérios sobre outras localizações para essa estação e terminal.

"Informamos que o projeto básico do trecho Adolfo Pinheiro até Campo Belo, da Linha 5-Lilás do Metrô, está em desenvolvimento.Com este projeto teremos condições de informar a localização das estações,seus acessos, método construtivo e, conseqüentemente, as áreas que serão desapropriadas necessárias para a execução da obra. No caso da Estação Campo Belo, o projeto deverá considerar, além do atendimento lindeiro, a integração com o Corredor de ônibus da Av. Santo Amaro e a integração com o sistema de Metrô Leve, ligando o Aeroporto de Congonhas com as linhas 1-Azul e 5 Lilás do metrô.Representantes da Cia. do Metrô têm se reunido em diversas ocasiões com entidades representativas da população para apresentar a situação doprojeto, discutir e receber sugestões. Estivemos na sede da Associação Comercial de Santo Amaro, na UNISA, no Auditório do CIESP-SUL e também recebemos representantes na sede do Metrô com o mesmo propósito.Teremos satisfação em contar com sua presença em reuniões futuras.
Atenciosamente
Marcos Kassab
Diretor de Planejamento e Expansão dos Transportes Metropolitanos"

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Cruzando por baixo de quadras


Nessa imagem tridimensional, pode-se ver o trilho do metrô fazendo a curva em direção ao Shopping Ibirapuera. Imaginávamos a princípio que o trêm estaria no sentido da Av. Santo Amaro, quando pela imagem passa a poucos metros de um prédio de 22 andares e segue rasgando pelo meio das quadras até o próximo destino. Para os moradores do Brooklin e Campo Belo, além de levar um terminal de ônibus como brinde, e aguentar anos de obras intermináveis, uma linha que não servirá para nada, pois nas melhores estimativas, chegará na estação Santa Cruz somente em 2.014. Até lá......

Esse será o terminal de ônibus


É dificil de imaginar um movimento esperado de 25.000 em algumas das estações da linha Lilás sem haver impactos na estação Campo Belo, já que esta será a última estação da linha onde os passageiros terão que trocar o ar-condicionado do trem por ônibus abafados e lotados. Qual a quantidade de ônibus para atender essa demanda? Quais soluções eficazes para o trânsito de S.Paulo? Não será dificil imaginar que a suspeita de haver um VLT (Veículo leve sobre os trilhos), ligando a estação Campo Belo até o Aeroporto pela Av. Jesuino Maciel seja também uma das possibilidades malucas para acabarem de destruir o que sobrará de Campo Belo.

Começei a comparar esse terminal com o do Largo 13, mas acho que vai ser pior, afinal aqui será a ligação com a Berrine, Aeroporto, Roberto Marinho.....

A foto é como o projeto pretende ficar. Onde caberá tanto ônibus para essa população?

17.000 m2 desapropriados para a Estação e Terminal de Ônibus


Área onde Campo Belo receberá o terminal de ônibus. O mapa utilizado pelo Metrô é tão antigo que a rua Gil Eanes ainda consta como sendo Almirante Barroso. Bem provável que a topografia seja de chácaras e casas da década de 40. Assim é fácil imaginar uma estação de metrô sem levar em consideração os prédios de mais de 30 andares existentes atualmente. Deus queira que essa obra não seja mais uma tragédia anunciada...

9.000 m2 de área para canteiro de obras


Área compreendida entre as Ruas Gil Eanes, Princesa Isabel , Av. dos Bandeirantes e Otávio Tarquinio de Souza que servirá para Canteiro de Obras. Área em zoneamento zero - extritamente residencial - Provável parceria comercial para futuros condomínios horizontais residenciais. Será que esses atuais proprietários já foram notificados?


terça-feira, 1 de julho de 2008

Folder Linha 5 Lilás - Oficializando o terminal de ônibus Campo Belo


Folder distribuído no Metrô. Nesse material o Metrô deixa claro que o terminal de ônibus Campo Belo terá a mesma importância e movimento dos terminais Capão Redondo, Campo Limpo, Giovanni Gronchi e Largo 13 de Maio, ligando áreas de alta densidade populacional com áreas em que se concentra um grande número de empregos. O que bairros residenciais como Brooklin e Campo Belo tem relação com isso se aqui temos apenas um pequeno comercio voltado para a demanda dos bairros?

(clique na imagem para ampliar)

Desapropriações

Sérgio Avelleda, diretor de assuntos corporativos de Metrô, explica o processo de desapropriações. Para os inquilinos, o ônus da indenização praticamente ficará com o proprietário



Para que serve o Metrô?

Segundo o diretor técnico de assuntos corporativos do Metrô, Sr. Sérgio Avelleda, o metrô "não é um meio de transporte que leva as pessoas da sua casa ao seu local de trabalho", disse Aveleda: "Uma estação de Metrô está sempre localizada em um eixo de uso de solo com vocação comercial e de serviços, porque é ali que o usuário do Metrô vai buscar o seu trabalho, seus estudos, seu lazer ou a sua conexão com outros meios de transporte" - Talvez seja por isso que as soluções de trânsito para o Estado de São Paulo nunca são levadas à sério. Se os usuários da linha Lilás e principalmente nós, moradores de Campo Belo e Brooklin precisam continuar indo ao trabalho de ônibus e carro, de que adianta os R$ 200 milhões gastos na Linha Lilás? Quais os resultados efetivos dessa linha para o trânsito de S. Paulo? Veja a matéria na integra através do link abaixo:

http://www.sampaonline.com.br/reportagens/sergioaveleda2008jun28desapropriacoes.php

R$ 200 milhões para as obras

Em 2.010, ano eleitoral, a linha Lilás terá o único objetivo em trazer as pessoas de Capão Redondo que finalizam a viagem em Campo Belo e seguem suas viagens de ônibus. R$ 200 milhões para trazer a realidade do terminal de Capão Redondo e Largo 13 de Maio para bairros residenciais como Campo Belo e Brooklin.


http://www.intelog.net/site/default.asp?TroncoID=907492&SecaoID=508074&SubsecaoID=483908&Template=../artigosnoticias/user_exibir.asp&ID=200353&Titulo=Linha%20Lil%E1s%20recebe%20recursos%20da%20prefeitura

Linha Lilás do Metrô não facilita a vida da população

Em 11/Out/2007 foi publicado o texto em anexo já mostrando a futura realidade da linha Lilás. Quem trocará um trem com ar condicionado por ônibus abafados e lotados? Essa será a situação para a grande maioria de usuários da Linha Lilás, pois não pode-se esquecer que a linha termina em 2.010 (ano eleitoral) em Campo Belo e para seguir viagem apenas utilizando o velho e conhecido "Busão". (Lembrando mais uma vez que a linha chega na Estação Santa Cruz em 2.014 - isso dependendo de quem ganhar a eleição...)

http://pucjornalmc.wordpress.com/2007/10/11/linha-lilas-do-metro-nao-facilita-a-vida-da-populacao/

Área do DER


Essa área do DER é no cruzamento da Av. Roberto Marinho x Santo Amaro. O acesso facilita a ligação com a Berrine, Aeroporto e futuramente com a Rodovia dos Imigrantes, ficando a poucos metros de onde o Metrô pretende oficialmente instalar a estação Campo Belo. É difícil entender a razão do Metrô não incluir essa área como uma forte possibilidade para localização da futura estação. Se pensarmos no custo reduzido de desapropriações, entender as razões fica ainda mais difícil....

Terrenos do DER, porque não usa-los?


Terreno e imóvel do DER a poucos metros do local escolhido para futura estação Campo Belo. Aqui o custo com desapropriação seria bem menor.

Ata da 29a Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Sistemas de Transportes - 13/06/2008

Exertos de Raymond Juneck, da Ata da 29a. Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Sistemas de Transportes, realizada em 13 de junho de 2008.

Conselheiro Heitor Marzagão Tommasini:

1) Declarou que não havia nenhuma dúvida acerca da necessidade de se mudar o meio de transporte e que todas as iniciativas eram absolutamente necessárias, especialmente para o transporte sobre trilhos, em virtude dos grandes benefícios que trará;
2) que se deveria avançar também nas compensações, desenvolvendo trabalhos que trouxessem subsídios não só para o processo de implantação como também para o de manutenção;
3) que eram indiscutíveis as transformações que sofriam os espaços urbanos por onde passam o metrô, as quais eram causadas pela sinergia provocada entre os diferentes setores e fatores – que incluíam o metrô – que interagiam com o mesmo meio, produzindo efeitos ambientais;
4) que era necessário que os riscos fossem observados com seriedade, ou seja, fosse elaborado estudo de risco, para que não se repetissem os problemas que têm surgido no processo de implantação da Linha Amarela;
5) que, portanto, o termo de referência para elaboração do EIA/RIMA deveria abranger essa análise de risco, a qual deveria fazer parte do corpo principal do estudo, e não constituir um anexo dele, e deveria contemplar um plano de gerenciamento de risco;
6) que a localização das estações deveria levar em conta o aspecto urbanístico de cada estação, na medida em que as áreas em que seriam implantadas possuíam dinâmicas diferentes, a depender da própria densidade populacional, pois umas possuíam alta e outras, baixa densidade;
7) que era indiscutível que as estações, principalmente quando funcionavam como terminais ou pontos de integração, causavam transformação ambiental significativa na área do entorno, na medida em que se transformavam em vetores de expansão, motivo por que sua localização deveria também ser tratada de maneira transversal com o planejamento urbano;
8) que deveria igualmente identificar-se e analisar-se quais impactos o conjunto da linha - não só as estações – trará para o entorno, principalmente em áreas residenciais que devem ser preservadas, de acordo com o plano diretor;
9) que era necessário também elaborar estudo sobre a capacidade de suporte viário das áreas que serão atravessadas pelo conjunto da linha;
10) que esta política de expansão do metrô, numa cidade conturbada como a de São Paulo, não deveria ser fator de transformação das áreas preservadas;
11) que sua mais importante reivindicação era que fosse levada em conta a percepção da sociedade, dando-se oitiva às entidades que atuavam na região, porque, inquestionavelmente, estas transmitiriam o olhar da população;
12) que, pela grande contribuição que a sociedade civil pode oferecer para o aprimoramento deste projeto, se realizasse, ainda nesta fase preliminar do licenciamento, uma audiência pública, de modo que essa contribuição fosse também levada em conta na elaboração do Termo de Referência;
13) que, embora conhecesse os questionamentos acerca da realização de audiências públicas nessa etapa do processo de licenciamento, como também o fato de que ela não era prevista por lei, reiterava tal solicitação, porque essa oitiva prévia, no caso da expansão desse meio de transporte, traria importantes subsídios, contribuindo inclusive para o melhoramento do plano diretor;
14) e que, por todos esses motivos, solicitava aos conselheiros e ao DAIA que adotassem medidas visando atender esta solicitação.

Antonio Carlos do Nascimento, assessor do conselheiro Heitor Marzagão Tomasini e membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável-Cades/SP, declarou:

1) que ratificava os pontos de vista apresentados pelo conselheiro Heitor Tommazini, principalmente no que dizia respeito aos focos urbanísticos, pois havia estudado esse plano de trabalho e percebeu que ele era semelhante aos demais, uma vez que o critério que orientou sua elaboração era o que orientara a elaboração de inúmeros outros planos de trabalho;
2) que fazia este comentário porque este documento não continha elementos sobre os impactos urbanos, profundos, generalizados e complexos que uma obra como esta causará;
3) que um dos dados que sustentava esse seu ponto de vista era o de que essa linha do metrô atravessará áreas já saturadas, o que era muito grave, uma vez que este meio de transporte, por si só, induz à especulação imobiliária do entorno, e embora o poder público não pudesse vetar o direito de construir, ele poderia adotar medidas que minimizassem esse processo depredatório;
4) que este plano de trabalho não contemplava o Estudo de Impacto Urbanístico previsto pelo Estatuto das Cidades;
5) que a localização de algumas estações, inclusive daquela que seria implantada no Bairro Campo Belo, não contribuirá para a superação da concepção urbanística errada presente no plano diretor;
6) que inquestionavelmente o sistema de transporte provocava distorções urbanísticas, o que não era contemplado pelo plano diretor, cujo foco não era induzir a cidade para seu verdadeiro caminho, falha esta também presente nos planos diretores de bairro, com a qual corroborava o plano de trabalho que estava sendo apreciado, na medida em que ele nada previa para conter o processo de desagregação urbanística em curso na cidade de São Paulo;
7) que este plano de trabalho deveria contemplar, também, estudo e relatório de impacto de vizinhança, cuja elaboração deveria ter como critério a necessidade de se conter essa desordem, porque, se ela não for contida, a cidade travará;
8) que representava uma das entidades que atuava no Bairro Campo Belo, e que, em seu nome, solicitava formalmente estudos sobre os impactos urbanísticos que esta linha causará em todos os bairros que atravessará, pois os subsídios que estes oferecerão podem indicar propostas que efetivamente minimizem os danos, sobre os quais a população de cada bairro deveria ser ouvida, uma vez que se fazia necessária uma visão sobre o todo, principalmente sobre os arranjos entre uso e ocupação do solo e o sistema viário;
9) que causava espécie a política de gigantescas desapropriações assumida pelo metrô, principalmente porque essas desapropriações, posteriormente, davam lugar à apropriação dessa mais valia – a valorização das áreas do entorno – pelos empreendimentos imobiliários;
10) e que todos esses aspectos contribuíam para agravar os problemas existentes.

Marcelo Arreguy Barbosa, vinculado ao Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental-DAIA, comentou:

1) que o DAIA não poderia agregar aos estudos ambientais análises sobre risco da área de engenharia, pois não tem como acomodá-los às análises ambientais, mas poderia pedir, sim, estudos de contingência, para um socorro imediato;
2) que o caminho da linha seria subterrâneo, e esse aspecto “amarrava o traçado do metrô”;
3) que o estudo sobre as alternativas de localização eram obrigatórios, e esta empresa deveria apresentar as vantagens que a levavam a optar por uma delas;
4) que o DAIA aceitava as contribuições oferecidas tanto pelas pessoas individualmente como em nome de entidades e organizações da sociedade civil, independentemente de elas serem encaminhadas por ocasião das audiências ou através dos correios ou por meio eletrônico;
5) que não era favorável à realização deste procedimento nesta etapa prévia do licenciamento ambiental, uma vez que a população, ao comparecer à audiência, tinha a expectativa de receber informações sobre dados concretos, o que inexistia nesta fase. O conselheiro Heitor Tommasini comentou que, embora o DAIA recebesse essas contribuições, fazia um apelo para que fosse realizada audiência nessa fase prévia, pois ela constituía também a ocasião de serem dirimidas algumas dúvidas, o que não acontecerá se as informações forem oferecidas de outra forma, pois a discussão não terá a mesma profundidade.

Metrô na Rua Flórida?


Alguns meios de comunicação publicaram que a futura estação Campo Belo seria na esquina da Rua Flórida com Av. Sto. Amaro. Na realidade, a desapropriação de 1.013 m2 que irá ocorrer naquela esquina, é apenas para o POÇO FLÓRIDA.