segunda-feira, 30 de junho de 2008

CASO CITY LAPA - Um sinal de esperança

No dia 29 de Maio, o caderno Metrópole do jornal "O Estado de S.Paulo" publica matéria onde uma alça do viaduto do complexo Anhanguera, foi desviado por pressão dos moradores. O Ministério Público apura que a obra não previa o impacto na vizinhança. Esse caso nos deu esperança, pois é muito semelhante com o que vem ocorrendo com a linha Lilás do Metrô. Não há até o momento uma Análise de Risco para que os acidentes e problemas ocorridos na linha Amarela não repitam-se na linha Lilás, além de não haver nenhuma consulta aos moradores de Campo Belo e Brooklin. As ruas tranquilas e estreitas do bairro também não comportam uma quantidade expressiva de ônibus e mais de 20.000 pessoas por dia.
Texto jornal O Estado de São Paulo - 29/Maio:
De tanto fazer pressão na Prefeitura, um grupo de moradores do City Lapa, bairro de casas de alto padrão na zona oeste, conseguiu alterar um trecho do futuro Complexo Anhanguera - novo "Cebolão" para a Marginal do Rio Tietê que ficará pronto em 2.010 e custará 270 milhões. Um viaduto que cairia dentro das ruas tranquilas e silenciosas do City Lapa foi retirado do projeto nas últimas semanas. O problema é que um novo acesso acabou sendo desenhado para o bairro vizinho da Vila Anastácio. Depois da fúria dos moradores, a construção passa agora a ser centro das atenções do Ministério Público Estadual, que vai investigar como uma obra dessa magnitude não está levando em conta os impactos na vizinhança. Iniciado no mês passado, o projeto previa a construção de três acessos, entre a Ponte Atílio Fontana, na Marginal do Tietê, e o Km 19 da Via Anhanguera, em Osasco, na Grande São Paulo. O primeiro acesso será entre a Marginal do Tietê e a pista sentido interior da Anhanguera. A segunda alça fará a ligação da pista sentido capital da Anhanguera com a Marginal. E o terceiro e mais polêmico trecho iria ligar o bairro do City Lapa à pista interior. A intenção da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), órgão ligado ao governo do Estado, é reduzir os congestionamentos nas principais saídas da rodovia no trecho da Grande São Paulo.
45 TONELADAS
O detalhe é que ninguem checou com os moradores como seria o dia-a-dia do City Lapa com caminhões de 45 toneladas passando pelas vias pequenas dessa região.
Com a ajuda da subprefeita da Lapa, Luiza Nagib Eluf, que também mora no City Lapa, representantes da Associação de Amigos e Moradores pela preservação do Alto da Lapa e Bela Aliança (Assampalba) acionaram o Ministério Público, a Artesp e a Prefeitura para tentar apagar o viaduto do papel. "Tenho a impressão de quem criou o projeto desconhecia o local e não fez estudo detalhado do impacto no transito na região", diz Luiza Nagib Eluf. O Estado apurou que foi a propria Companhia de engenharia de Tráfego (CET) quem pediu para a Artesp construir o viaduto no City Lapa para desafogar o trânsito da Marginal do Tietê.
De acordo com o presidente da Assampalba, Roberto Rolnik Cardoso, esse viaduto iria desembocar em uma área cujo tombamento está sendo estudado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de S.Paulo (Condenphaat). "Nao dava para o bairro absorver todo esse tráfego de caminhões, era inviável" diz Cardoso. "Procuramos todas as instâncias para poder barrar a obra, e graças a Deus conseguimos mudá-la."
NOVO TRAÇADO
O Ministério Público já instaurou inquérito para apurar a denúncia de que não houve um novo estudo de impacto no bairro. A Promotoria de Habitação e Urbanismo também vai investigar se a obra ficará mais cara ou barata, por causa da pressão da associação dos moradores do City Lapa. "É preciso sempre em casos como esse preservar a habitabilidade da cidade" diz a subprefeita Luiza Nagib Eluf. "Não dá para achar que toda a cidade tem de ser industrial e ter de conviver com o tráfego pesado".